terça-feira, 20 de julho de 2010

Aula 2: Filogênese da motricidade

Ao estudar a filogênese da motricidade humana desde os macacos até o homo sapiens vê-se o quanto o trabalho modifica a natureza e o próprio homem. Os novos habitats trouxeram novas necessidades. Teve modificações cerebelar para garantir a precisão de movimentos no ambiente arbóreo. As mãos que eram necessárias para a locomoção arbórea, agora liberadas puderam ser usadas para a preparação de alimentos, utilização de instrumentos, etc. Os objetos tidos pelos primatas como indiferenciados, agora são diferenciados do próprio corpo. Assim passam a intervir conscientemente sobre a natureza, ultrapassando seus limites físicos. Essas foram as primeiras formas de trabalho. Quando começa a cooperar com o outro a partir de um plano surge a linguagem e a expansão das capacidades cerebrais com possibilidade de associação e abstração. Além disso a atividade laboral é criadora da cultura.

Aula 1: Psicomotricidade

A prática do artesão, trabalhador do período feudal, era de um trabalhador total, tinha domínio teórico-prático do trabalho como um todo. A transformação para a produção manufatureira e depois industrial, só foi possível com a divisão do trabalho e a transformação do trabalhador total em parcial. Ele se alienou do processo e tornou-se acessório da “máquina”, ele não precisava mais de nenhum conhecimento especializado. Isso auxiliou na divisão de classes do capitalismo e a educação apesar de ser igualitária é mais simplista para a classe trabalhadora. Era preciso um controle minucioso do corpo = disciplinas. Assim a psicomotricidade surgiu para sistematizar técnicas corporais que aumentassem a produção. É preciso ver a psicomotricidade como prática social para ultrapassar essa visão.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Aula 20: Psicologia do Desenvolvimento

Desde o inicio da civilização buscamos entender nossa genese. Há muito sobre o ser humano que ainda é desconhecido. Como educadores devemos contribuir com essas pesquisas.

Diferentes formas de entender o interacionismo:
- Piaget: o desenvolvimento biopsicológico organiza a atividade infantil e o pensamento do sujeito sobre o mundo físico. Construções específicas em cada estágio do desenvolvimento.
- Vygotsky: é fundamental o papel da interação social onde seus instrumentos produzem formas de pensar tipicas do ser humano, o sujeito se desenvolve de acordo com as interações.
- Wallon: importancia do ato motor e afeto para construir comportamento humano.

O conhecimento dessas idéias auxilia no ato de educar.

Há algum tempo, essas teorias eram excludentes, pois tinham regras universais e viam a criança como homogeneas no processo de desenvolvimento. Existiam explicações preconceituosas para ciranças diferentes. Os estudos mais recentes tendem a modificar as concepções tradicionais na psicologia.

Hoje existe o conceito "escola para todos", que forma o cidadão e é importante para a autonomia das pessoas. Mas é preciso buscar a qualidade dessas escolas.

Aula 19: Robert Sternberg

Para ele a inteligência não tem módulos independentes, mas processos que atuam juntos.

A inteligência é governada por três principios:
- Analitico: habilidades de analisar, comparar, julgar e contrastar. Resolve problemas manipulando os elementos.
- Criativo: habilidades de criar, inventar, descobrir, imaginar e supor. Resolve novos tipos de problemas de novas formas.
- Prático: habilidades conquistadas são executadas. Resolve problemas que aplicam o uqe sabemos aos contextos cotidianos.

Além das habilidades cognitivas dá importância as experiências de vida do indivíduo (habilidades de adaptação). Esse modelo expandido tem 3 componentes principais:
- Processos cognitivos (habilidades de resolução de problemas) processos metacognitivos (planejamento, avaliação do próprio desempenho) e aquisição de conhecimento.
- Rapidez da aprendizagem: comportamento inteligente quando aplica processo cognitovo a situações novas de forma automática.
- Capacidade de adaptação ao proprio ambiente social que inclui não só a mudança de si mesmo, mas do ambiente para atender as necessidades do individuo.

Inteligência e o mundo interno
Para fazer um relatório de minhas atividades uso a inteligência executiva, metacomponentes (para decidir o assunto, planejar o trabalho), componentes de aquisição do conhecimento (para incorporar no texto elementos teóricos, ilustrações) e componentes de desempenho (para executar o texto do relatório).

Inteligência e experiência
Se uma tarefa é rotineira, a probabilidade de fracasso é pequena, pois a tarefa é automatizada. Se ela for inédita a inteligencia é desafiada nas 3 funções. Se for um desafio sem precedentes pouco ou nada podemos realizar, pois não tivemos experiência.

Inteligência e o mundo externo
Usa a capacidade adaptativa em novos ambientes.

Não precisamos ser competentes nas 3 formas de inteligência, uma pode ser preponderante sobre a outra.

Aula 18: Howard Gardner

Afirmou que as multiplas faculdades humanas são independentes, todas as inteligências tem igual direito de prioridade. Não é todas as inteligências que formam uma, mas cada inteligência é um sistema distinto e cada sistema interage com outros.

Critérios para existência da inteligência (8 características):
- isolamento de uma capacidade por dano cerebral, se tiver uma lesão na área da linguagem deverá apresentar algum defict de linguagem.
- há pessoas com muita habilidade para determinado comportamento (ex. Mozart).
- há pessoas que detectam correlação de cores em quadros.
- quando um sujeito torna-se expert seu nível de compreensão é muito mais avançado.
- acrescimos de inteligência pode estar associado ao processo de adaptação do sujeito ao ambiente.
- em situações experimentais de pesquisa se o individuo apresenta mais facilidade em atividades de linguagem é porque ele tem essa inteligencia.
- testes psicométricos específicos justificam a existência da inteligência.
- as inteligências se manifestam em salas socialmente planejadas para tal (ex. laboratório).

Tipos de inteligência:
Linguística: escolha precisa das palavras.
Musical: entende conceitos como altura e entonação.
Lógico-matemática: raciocinio abstrato e manipulação de símbolos.
Espacial: relação entre objetos, recriar imagens visuais, entender mapas.
Corporal cinestésica: representa ideia em movimento (dança)
Social ou interpessoal: entende o sentimento do outro.
Intrapessoal ou pessoal: entendimento de nós mesmos.

Aula 17: Psicologia cognitiva

O behaviorismo preocupava-se apenas com o comportamento, o cognitivismo acrescentou os processos mentais que formam a consciencia. Computador = mente. As críticas atuais para esse tipo de psicologia é a robotização do homem.

Características básicas:
- Pessoas são seres autonomos e intencionais que interage com o mundo externo.
- A mente interage com o mundo através de símbolos.
- A meta da pesquisa psicológica é especificar os símbolos.
- Certos processos ocorrem em sequencia e possuem alguma complexidade identificavel.
- A mente tem capacidade limitada estrutural e de recurso.
- O sistema simbólico depende de substrato neurológico, mas não é limitado por ele.

Linhas de pesquisa em processamento de informações:
- Psicólogos cognitivos experimentais: criam situações cientificas e controladas, investigam o processo pela observação e controle de variáveis, mas não faz modelagem computadorizada.
- Cientistas cognitivos: controem modelos computacionais de inteligencia artificial, isso cria mapas do funcionamento da mente e pode determinar inicio e fim de uma tarefa cognitiva.
- Neuropsicologos cognitivos: investiga pessoas com déficit cognitivo para entender o funcionamento normal. Mapeia os padrões alterados e se pode comparar. Pressupõe que: os sujeitos estudados devem ser classificados por síndromes, o sistema cognitivo é modular (módulos independentes), isomorfismo (organização cerebral está relacionada com organização da mente). Plasticidade cerebral.

Aula 16: Erik Erikson

Nasceu na Alemanhã, era judeu, estudou psicanálise e fez análise com Freud. Estudou antropologia e atuou com indígenas. Para ele o tema central da personalidade é a busca da identidade do ego. Sua teoria supera Freud (que se concentrou apenas no inconsciente). Erikson diz que em várias culturas o ciclo de desenvolvimento é comum.

A formação da personalidade depende de três organizações que se complementam independente da ordem que se apresentam:
- Biológico (soma)
- Psicológico (síntese do ego que organiza a experiência individual) (Psiquê).
- Social (etos)

Ciclo vital
Ele pegou as fases da libido de Freud e socializou. Cada fase é uma aquisição que o indivíduo deve realizar em sua interação com o mundo. Em cada fase tem uma crise que deve-se resolver e nestas escolhas forma-se a personalidade.

Oral-sensorial (0-2 anos) (Freud: Oral) (Crise: confiança básica X desconfiança)
A modalidade básica do comportamento é a incorporação (tomada de posse da atenão e experiência do outro). A atitude psicossocial básica é aprender se pode confiar no mundo, representado pela mãe (correspondência entre necessidade e satisfação) a desconfiança é importante para a prontidão para o perigo. Pouca frustração (imagem distorcida, configuraçaõ falsa do mundo, otimismo exagerado e pouco preparo para enfrentar o futuro). Muita frustração (excesso de desconfiança, inibição, redução da auto-estima).

Locomotora-genital (2-3 anos) (Freud: anal) (Crise: autonomia X vergonha e dúvida)
O eu é separado das outras coisas e é fase de se auto-afirmar (fase das birras e desobediencia). Os pais precisam promover autonomia dando limites, se forem ridicularizadas se tornam inseguras (dúvida). Dúvida exagerada (inibição, inadaptação) ausencia de vergonha ou dúvida (autonomia é ineficaz pela rejeição social que provoca).

Locomotora-genital (4-5 anos) (Freud: fálica) (Crise: iniciativa X culpa)
Idade do brincar, fantasia e exploração. A conduta social básica é tirar vantagem, associar-se de quem é respeitado. O desafio e protesto dá lugar ao planejar e fazer coisas por si mesmo. Fase do porquê. Para ter livre iniciativa deve se submeter a regras sociais para ser aceito. A criança deve ter pequenas responsabilidades e limites firmes para que a quebra de regras não gere muita culpa. Deve-se valorizar o que a criança sabe fazer e não o seu fracasso. Ela sente culpa quando não satisfaz a expectativa dos adultos.

Latência (6-12 anos) (Freud: latência) (Crise: indústria X inferioridade)
Pertence a grupo de iguais. Deve ser estimulado a produzir (senso de inferioridade ao comparar-se com iguais). Escolarização, quer reconhecimento social.

Adolescência (12-18 anos) (Freud: Genital) (Crise: identidade X confusão de papéis)
Quer ser reconhecido como adulto e permanecer criança, para entrar no mundo dos adultos precisa resolver dilema vocacional, emancipar-se da família, relação satisfatória com o sexo oposto e conquistar a própria identidade. Desenvolvimento corporal afeta a auto-estima e pressão social para tomar uma posição faz com que fique irritadiço e mau-humorado tendo manifestações emocionais imprevisiveis. A formação da identidade não termina na adolescência.

Adulto jovem (18-30 anos) (Crise: identidade X isolamento)
Já tem identidade formada e busca fundi-la com a dos outros, relações duradouras, se tiver medo de perder sua identidade nas fusões pode isolar-se.

Idade adulta (30-60 anos) (Crise: geratividade X estagnação)
Precisa se sentir útil para a sociedade.

Maturidade (acima 60 anos) (Crise: integridade do ego X desesperança)
Sentem-se integrados (pelas fases anteriores) mas temem a morte e abandono.

Aula 15: Mecanismos de defesa

Defesa é o que o ego faz diante dos perigos do Id, superego e realidade externa para evitar angústia. Evita o desprazer. A patologia está na defesa exagerada.

Sublimação: dessexualização do objeto, desloca para canais alternativos a pulsão sexual.
Negação: desconsidera parte da realidade que é desagradável.
Projeção: atribui a outra pessoa uma coisa sua.
Introjeção: assimila parte de algo externo.
Identificação: se transforma segundo o modelo de uma pessoa (é o que humaniza o sujeito).
Formação reativa: o consciente apresenta um comportamento contrário ao que o inconsciente deseja.
Isolamento: separa um pensamento do outro que seja ameaçador. Evita contato social para não precisar mostrar defeitos.
Anulação: Desfaz um dano inconsciente.
Deslocamento: Transfere características de um objeto para outro.
Idealização: considera alguém perfeito, pois reconhecer defeitos nesta pessoa será doloroso.
Conversão: transpor um conflito psicológico com a somatização.
Regressão: retorna a formas antigas de organização da conduta onde o conflito podia ser resolvido.
Racionalização: apresenta explicação coerente para atitudes, sentimento cujo motivo não se percebe.
Intelecutalização: com muita teorização e conhecimento tenta-se entender ou negar um conflito sem propor ou aceitar mudanças. Objetiva problemas para não levar para a subjetividade.

Educação
Para Freud a educação é transmissora dos valores sociais. Deveria mediar o prazer e recalcamento. O aluno precisa ser trabalhado para dirigir suas pulsões sexuais a objetos socialmente aceitaveis. A educação é um meio de moralizar a sociedade. O ponto principal da relação professor - aluno é a transferência. O professor assume papel especial no inconsciente dos alunos. O professor deve abdicar do poder que a transferência dá para não tornar-se dominador.

Aula 14: Evolução dos instintos

Instinto está relacionado à defesa, alivio de tensões e satisfação das necessidades. O homem precisa do princípio do prazer, mas ser direcionado pelo princípio da realidade. A pulsão de vida é a fonte de energia sexual voltada para sobrevivência da espécie. A pulsão de morte é a agressividade, condutas masoquistas.

Os instintos sexuais e de morte podem ser sublimados para outra coisa socialmente aceitavel.

Fase oral (do nascimento ao desmame)
A zona erógena é a boca. A sucção é auto-erótica e independe das necessidades alimentares. A primeira fase é passiva, com a dentição torna-se ativa (morde tudo para aliviar a dor). Se as necessidades orais forem frustradas o ego está incompleto (fumar, roer unha, alcoolismo, obsessão por comida, pode ser uma fixação na fase oral, usa a boca para aliviar tensão).

Fase anal (2-3 anos)
A interação com o adulto é pela alimentação e asseio esfincteriano. Retenção lúdica das fezes e urina, a criança brinca com excremento, mas depois com lama, sujeira (deslocamente inconsciente). A atuação materna determina a atmosfera agradavel ou não do uso do banheiro, a criança teme a rejeição dos pais se não conseguir controlar os esfincteres (comum enurese e ecoprese e intestino preso nessa fase). A fixação na fase anal traz dificuldade no desprendimento de coisas materiais (avareza, excesso de limpeza, meticulozidade)

Fase fálica
Vem da excitação natural com a assepsia. A masturbação primária tende a ceder e só voltar aos 3 anos. Os adultos tendem a ignorar ou reprimir a exploração sexual das crianças. Começa a curiosidade de onde vêm os bebês, fase dos porquês.

Complexo de Édipo (2-5 anos)
Por ele se dá a estruturação da personalidade do individuo. A mãe é o objeto de desejo do menino e o pai é o rival com quem ele tenta competir. Ele busca assemelhar-se ao pai para ter a mãe escolhendo-o como modelo comportamento e internaliza-o. Por medo do pai (que este o castre), desiste da mãe e volta-se para o social.

Fase da latência (7-12 anos)
Fase da sublimação pela repressão sexual, surgem barreiras mentais que impedem a manifestação da libido, tem vergonha de mostrar emoções e impulsos sexuais e sente prazer em outras atividades lúdicas.

Fase genital (12-16 anos)
A puberdade traz elementos que faltam na compreensão do papel do homem e da mulher na reprodução humana. Há uma conscientização da identidade sexual e satisfação da libido com os outros (social).

2ª tópica de Freud
Id: a parte mais primitiva, formada pelos instintos sexuais e agressivos, conteúdo inconsciente e regido pelo princípio do prazer.
Ego: faz a mediação entre o id e o mundo externo, é regido pelo principio da realidade. Razão.
Superego: é a restrição moral, seu conteúdo são exigências sociais, culpa.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Aula 13: Sigmund Freud

Nasceu em 1856, Viena, Judeu, primogênito do 3º casamento do pai, 6 irmãos. Estudou medicina, estagiou em Paris com Charcot, criou a psicanálise.

O método psicanálitico de investigação evidencia a significação inconsciente das ações, palavras e produções imaginárias (sonhos, delirios...) é baseado na associação livre.

Fontes do sofrimento:
- primazia da natureza: humanos não podem domesticá-la completamente.
- debilidade do nosso próprio organismo.
- a maior dificuldade é a inadequação das regras da civilização.

Fase oral (0-2 anos)
Primeira área de prazer do bebê é a boca que sacia a fome e conhece o mundo.

Fase anal (3-4 anos)
Controle dos esfincteres, prazer em reter ou não as fezes. Noção de nojo e repressão são fornecido pelos adultos. Diferença entre os sexos.

Fase fálica (4-7 anos)
Área de prazer é o órgão genital. Diferença anatomica e identificação com o pai do mesmo sexo.

Fase de latência (7-12 anos)
Brincam em grupos com gêneros separados e não se interessam tanto por sexualidade.

Fase genital (12-16 anos)
Retorno a sexualidade por questões hormonais. Orgãos genitais fonte de prazer.

Primeira teoria do aparelho psíquico:
- Consciente: assimila informações do interior e exterior. Função perceptivo-cognitivo-motora (percepção, pensamento, atividade motora).
- Pré-consciente: peneira o que pode ou não passar para a consciencia e registra.
- Inconsciente: pulsões herdadas genéticamente (proto-fantasias primitivas)
  • Seus conteúdos são representantes de pulsões
  • Esses conteúdos são regidos pela condensação e deslocamento
  • Investidos de energia pulsional buscam retornar a consciência, mas só podem ter acesso a pré-consciencia devido as deformações da censura.
  • São desejos da infância fixados.
Instintos: pulsão de vida (eros) pulsão de morte (thanatos)

Sonho: formado por cenas visuais. Todo sonho é a tentativa de realização de um desejo.
- condensação (vários símbolos fundidos em um)
- deslocamento (emoção passa para um aspecto secundário)

Aula 12: Wallon 2

Estudou diferenças e semelhanças de crianças normais e patológicas. Leis reguladoras:
- Cada estágio ou tem seu movimento predominante para dentro (para o conhecimento de si mesmo) ou para fora (para o conhecimento do mundo).
- Ora temos o motor, ora o afetivo predominando.
- Quando a direção é para si mesmo (centrípeto) o predominio é afetivo, quando é para o mundo exterior (centrífugo) predomina cognitivo. Tanto o afetivo quanto o cognitivo tem o suporte motor.

Estágio impulsivo emocional (0-1 ano)
- impulsividade motora (0-3 meses): exploração do próprio corpo, simbiose com a mãe.
- emocinal (3-12 meses): já reconhece padrões diferenciados para alegria, medo... se comunica pelo próprio corpo. Tem com a mãe um diálogo tônico (diferencia as caricias da mãe com de outra pessoa).

Estágio sensório-motor e projetivo (1-3 anos)
Já anda e fala, seu limite de exploração está maior, reconhece objetos. Com a linguagem objetiva desejos. Fase de exploração do mundo externo. Mielinazação aprimora coordenação, gosta de repetir movimentos e imitar.

Estágio do personalismo (3-6 anos)
Construção da subjetividade pela oposição (expulsão do outro) e ao mesmo tempo sedução (assimilação do outro). Tarefa central é a formação da personalidade. Diminui o sincretismo. Crise do eu (fase da birra da criança que quer se afirmar) e idade da graça.

Estágio categorial (6-11 anos)
Diferenciação nítida do eu e do outro que permite uma organização mental do espaço físico em categorias (seriação, classificação...) Predomina cognição. Inicia escolarização, criaça lembra de imagens e símbolos a partir de situações concretas.

Estágio da puberdade e adolescência (maior de 11 anos)
Domínio de categorias abstratas, autonomia X dependência, surgem questões subjetivas que não tem resposta no nível da experiência. Auto-afirmação pelo confronto com os valores dos adultos e apoio em grupos de iguais.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Aula 11: Wallon 1

Nasceu na França em 1879. Teve formação em Medicina (Psiquiatria), filosofia e psicologia. Foi militante político contra o nazismo, lecionou filosofia e atendeu crianças "anormais" como psiquiatra. Criou uma bolsa para formação integral de professores.

Ele vê a realidade como movediça e apenas o materialismo dialético que pode captar esse movimento. A partir disso elaborou seu próprio método: análise genética (trabalho multidimensional que consiste em uma série de comparações entre diferentes realidades para esclarecer o processo de desenvolvimento, o fenômeno é analisado em suas várias dimensões).

Pressupostos que embasam sua teoria:
- A pessoa está em processo continuo de mudanças ao longo da vida.
- Em cada instante desse processo a pessoa é uma totalidade resultante da integração dos conjuntos motor, afetivo e cognitivo.
- As existências individuais e sociais estão marcadas pelas situações históricas concretas em que acontecem.
- A concepção é a de desenvolvimento aberto, em processo, em movimento, o que não elimina regressões e conflitos.
- Na passagem de um estágio para outro ocorre uma crise, cuja solução significa a passagem para um novo estágio.

O desenvolvimento motor do bebê é céfalo caudal (equilibra o pescoço e arrasta-se), quando o bebê segura objetos é próximo distal (equilibrio do tronco para as mãos).

A evolução psicológica é identificar-se e diferenciar-se do outro. Ora predomina a emoção, ora predomina o pensamento em cada estágio, mas eles se complementam. Os conflitos são propulsores do desenvolvimento. O desenvolvimento não é linear, é descontinuo e assistemático, pode em momento de crise regredir no desenvolvimento.

Aula 10: Piaget 3

A inteligência surge na interação do sujeito com o objeto.

Os fatores influenciadores do desenvolvimento são:
- Hereditariedade (maturação biológica): não herdamos inteligência, mas um organismo estruturado (organizado) para se adaptar ao meio.
- Experiência física: é essencial ao desenvolvimento, mas este não ocorre somente deste.
- Transmissão social: é a educação. Piaget dá pouca ênfase a questão social, Vygotsky já diz que a inteligência não é universal, depende da cultura.

O fator determinante é:
- O processo de equilibração.

Invariantes funcionais: Adaptação (qualquer pessoa de qualquer cultura passa por esse processo).

Tipos de experiência:
- Experiência física: a criança descobre a propriedade física do objeto.
- Experiência lógico-matemática: envolve abstrações sobre objetos e das coordenações que ligam as ações.
- Experiência social: exercíta e modifica os esquemas.

Aula 9: Piaget 2

Ele concebe a criança como em constante processo de aprendizagem em interação com os objetos. Para ele o desenvolvimento psiquico passa por estágios, o desenvolvimento tende ao equilibrio é contínuo e diferente em diferentes estágios. O primeiro estágio é preparação para o seguinte e assim por diante. Não é uma transição abupta, mas cada um tem características próprias.

Estágio sensório-motor (0-2 anos)
Inteligência centrada na percepção e motor. Inicia com reflexos. Não há diferenciação entre eu e mundo exterior. Por causa dessa indissociação primitiva tudo que é percebido é centralizado na própria atividade. Neste estágio esta trabalhando a noção de eu e diferenciação dos objetos. Ele vai organizando a realidade a partir da noção de permanencia do objeto. A criança gosta de exercícios repetitivos (reação circular).

Estágio pré-operatório (2-7 anos)
Surge a linguagem e a representação simbólica. A criança é egocêntrica. Seu pensamento é um  misto de realidade e fantasia o que levará a uma visão distorcida da realidade. Não tem noção de conservação.
Animismo: A boneca está com fome
Artificialismo: homem cria fenomenos naturais.

Estágio operatório-concreto (7-12 anos)
Coincide com escolarização e o egocentrismo diminui. O pensamento é reversivel e a fantasia e o real não se mistura mais. Já tem inclusão de classe, mas não abstrai, precisa do concreto.

Estágio operatório-formal (acima de 12 anos)
A necessidade da presença do objeto é substituida por hipóteses e deduções e o objeto é substituido por sua representação simbólica. A principal característica do pensamento é a mobilidade/flexibilidade. Trabalha com signos complexos, tem vida grupal e juizo moral.

Desenvolvimento moral
A moral é um sistema de regras e o respeito que o indivíduo tem por elas. Tem 3 etapas:
- Anomia (até 6 anos): não segue regras coletivas pelo egocentrismo e apego aos objetos.
- Heteronomia: Regras são dos Deuses e qualquer alteração é trapaça ou o jogo é livre e suas regras podem ser modificadas ou desconsideradas. Realismo moral (obediencia às regras pela consequência).
- Autonomia: consideração adulta do jogo (regras)

A relação entre as pessoas pode ser por:
- Coação: imposição da forma de pensar
- Reciprocidade: cooperação, autonomia e contrução da democracia.

Aula 8: Piaget 1

Antes dos interacionistas haviam diversas teorias inatistas para explicar o desenvolvimento humano. Piaget foi além do desenvolvimento infantil, ele queria explicar como nos tornamos humanos. Ele privilegia os fatores biológicos influenciando o desenvolvimento mental.

Aos 11 anos escreve seu primeiro artigo (pardal albino). Sua mãe era religiosa e ele queria conciliar fé e razão. Fez doutorado em biologia (todo organismo possui uma estrutura permanente que pode modificar-se sob a influencia do meio). Estudou psicologia (em busca da gênese) e trabalhou com Binet na padronização de testes. Nos testes psicométricos, Piaget passou a investigar os erros ao invés de apenas classificar as respostas, ele queria entender a lógica por tras dos erros.

Método clínico: interroga a respeito do que parece óbvio. Criou situações experimentais para crianças de até 7 anos (com principio de conservação) e descobriu que o modo de pensar da criança é diferente do adulto.

A ação é fonte do conhecimento. Conservação da matéria não é ensinado pelo adulto, mas na manipulação da matéria (ação) que a criança aprende o conceito.

Desequilibração: não conhece elementos estranhos.
Assimilação: incorporação de elementos estranhos ao organismo.
Acomodação: modificação destes elementos fazendo parte dos esquemas de ação do sujeito.
Adaptação: interjogo entre assimilação e acomodação.

Aula 7: Conceitos científicos

O desenvolvimento humano é dinâmico e complexo. Precisamos da interação com o outro para aumentar nosso repertório. A escola surge como sistematizador da relação da criança com o mundo. A escola representa os saberes necessários para a participação social. Nesse processo a criança é um sujeito ativo deve perguntar e experimentar. Para a criança a escola é um espaço de socialização e de construção de conhecimento.

Vygotsky não acredita que a escola seja o único lugar de construção de conhecimento, mas lá as relações de conhecimento são intencionais e planejadas.

Vygotsky tem 3 idéias sobre desenvolvimento e aprendizagem:
- Na escola o conhecimento deve ser observado de maneira prospectiva (para além do que é capaz de fazer).
- Os processos de aprendizagem movimentam os processos de desenvolvimento (a aprendizagem é de fora para dentro)
- Importância dos outros membros do grupo social na mediação entre cultura e individuo.

O impacto da escolarização no desenvolvimento de funções psiquicas mais elaboradas vai depender da qualidade do trabalho realizado. O ensino só é eficaz quando se adianta ao desenvolvimento.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Aula 6: Conceitos elementares

A apropriação da linguagem é dinâmica e multifatorial, por isso cada criança apropria-se dela de modo diferenciado a medida que participa ativamente das interações. Quanto mais a criança se apropriar dos elementos culturais mais será tratado como ser de participação do contexto social. Com a palavra pode conhecer o mundo sem vivenciar, apropriando-se da experiência do outro.

Pino ao explicar a mediação semiótica na construção do psiquismo infantil diz:
- Função indexical em que o signo está preso ao objeto e assim a criança aponta e pede como forma de representar interanamente a representação do objeto.
- Função simbólica em que o objeto já está internalizado e o sujeito já pode manifestar seu uso e sua função a partir desse conceito internalizado.

É através do signo que torna presente o que está ausente e se recorda de fatos.
- Pensamento generalizante: chamar de au au todos os animais.

A formação do símbolo não é individual, mas coletiva e a aquisição deles se dá na interação.
Assim a zona de desenvolvimento proximal exige que o adulto aproxime-se do que a criança já sabe para que ela possa alcançar o que ainda não sabe. O aprendizado humano é social, onde a criança penetra na vida intelectual daqueles que a cercam. Aprendizado e desenvolvimento estão inter-relacionados.

3 níveis de desenvolvimento da criança:
- Nível de desenvolvimento real: não tem relação com a idade cronológica, esta ligado as condições sociais, biológicas e varia de cultura para cultura. É a forma e capacidade da pessoa para resolver seus problemas.
- Nível de desenvolvimento potencial: o que a pessoa é capaz de fazer.
- Zona de aprendizagem (ZDP): a distância entre o real para o proximal. Eles aprendem com seus pares para a resolução de problemas.

Aula 5: A função do instrumento

Quando a criança nasce há uma descoordenação dos movimentos, aos poucos vai substituindo os reflexos por movimentos voluntários.
O bebê constrói imagens mentais dos objetos e os brinquedos são mediadores da interação da criança com o mundo.
A interação do adulto com a criança é integra-la a cultura e estabelecer vínculo psico-afetivo.
As relações são fortalecidas por desafios gradativamente mais elaborados.
O uso de signos é o momento em que o biológico se transforma em sóciocultural.
A primeira comunicação do bebê é o choro, essa primeira vocalização é substituída por imitação da linguagem da mãe. O agir da criança passa a ser mediado pela fala (fala egocêntrica) quando a criança consegue pedir ajuda para o adulto para resolver problemas ela tem a fala socializada.

Dúvida na questão 3 (p. 43)
Segundo Vygotsky, qual o principal momento do desenvolvimento da fala no processo de aquisição da linguagem pela criança?

Aula 4: Processo de humanização

Segundo Vygotsky existem traços característicos do comportamento humano:
- Qualquer comportamento animal conserva a ligação direta com motivos biológicos.
- O comportamento humano não é determinado por estímulos imediatos.
- Existem diferenças nas fontes do comportamento do homem e do animal.

Cultura:
Algumas reações do homem são instintivas, mas culturalmente elaboradas. A cultura é produto da ação intencional do homem. O desenvolvimento para Vygotsky caminha do social para o individual.

Significação:
Ao nascer a criança já está imersa na cultura. Ela busca com seu agir (corporeidade) expressar suas necessidades. Quem está próximo tenta interpretar e ela construirá para si uma representaçõa da interpretação dada pelos outros.

Tenho uma dúvida na 4ª pergunta (p. 37)
Vygotsky considerava que a inteligência prática da criança é determinada???

Aula 3: Bases epistemológicas

Sobre a base marxista de Vygotsky tem os principios:
- Os fenômenos devem ser estudados em trasnformação.
- Ao transformar a natureza o homem transforma a si mesmo.
- O conhecimento está na essência dos fenômenos e não na aparência.
- A consciência é determinada pelo modo de vida concreta dos sujeitos.

A teoria sócio-histórica de Vygotsky é interacionista que conjuga corpo e alma (diferente de Descartes) e aspectos biológicos e sociais. O homem não nasce homem, mas com o potencial de humanizar-se.

Funções psicológicas superiores:
- Capacidade de solucionar problemas.
- Uso da memória.
- Formação de conceitos.
- Desenvolvimento da linguagem.

A utilização de signos que forma a consciência e ultrapassa a inteligência prática dos macacos.

Aula 2: Vygotsky: vida e obra

Nasceu em 1896 na Russia, era judeu tinha 7 irmãos. Família rica, criou biblioteca na cidade, até os 15 anos estudou em casa, aprendeu diferentes idiomas, teve medalhas por excelente desempenho. Estudou medicina e depois direito e literatura, tinha uma aptidão muito grande para a leitura. Teve interesse com problemas congênitos em crianças especiais. Faleceu aos 37 anos de tuberculose. Sua teoria foi revolucionária por romper coma estagnação da psicologia.

Visão da realidade:
Filosofia empirista encarava a psicologia como ciência natural. E seu método era a descrição das formas exteriores de comportamento. Era preciso estudar os comportamentos observáveis através do raciocínio dedutivo.
Filosofia idealista acreditava na manifestação do espírito com descrição subjetiva dos fenômenos. O homem era visto em sua totalidade, uma vez que o psiquismo sempre deveria ser visto na sua relação com o mundo.
Psicologia materialista (da dialética de Marx) que entendia o psiquismo a partir da interação dos aspectos biológicos e sociais do desenvolvimento. Ele era ao mesmo tempo produto e produtor das relações sociais. O cérebro era aberto e plástico cujo funcionamento era construído na própria historia dos homens. Com essas idéias vygotsky queria produzir uma nova psicologia. (Teoria sócio-histórica junto com Luria e Leontiev).

Ex. das meninas lobos. É preciso da convivência humana para a criação da consciência. Criar instrumentos e transformar a natureza esta desenvolvendo funções mentais superiores como percepção, atenção, memória e raciocínio.